A Igreja inteira está empenhada num caminho de renovação, inspirado pela presença do Espírito Santo, que orienta todos os batizados em caminho sinodal de comunhão, missão e participação corresponsável. Esta atitude renovadora, que o Papa Francisco chama “conversão pastoral”, procura escutar, hoje como tantas outras vezes no passado, a voz do Espírito que, desde o Pentecostes, tem guiado a Igreja ao longo dos séculos, para viver e levar ao mundo a alegria transformadora do Evangelho do Senhor Jesus.
Os tempos de profunda transformação social, espiritual e cultural em que vivemos, requerem de nós modos novos de pensar, viver e agir, para sermos fiéis à fé que recebemos. Fiéis ao caminho sinodal em curso, somos chamados a uma renovada atenção à voz de Deus, na escuta da Sua Palavra, na oração, no diálogo e na busca daquilo que Ele quer para a nossa Igreja. Essa escuta de Deus e dos irmãos conduz-nos a uma atitude de abertura e disponibilidade para acolher e participar ativamente na vida e missão das nossas comunidades, cada um segundo a graça e os dons recebidos.
Este caminho de transformação requer também uma renovada organização pastoral. No seguimento da reflexão proposta na Carta Pastoral de 4 de outubro de 2023 – “Pelo Batismo, somos Igreja viva e peregrina” – e continuada ao longo do ano pastoral, nas paróquias, vigararias e grupos de sacerdotes, tendo em conta os recursos de que dispomos, chegou-se à elaboração do projeto de articulação pastoral da Diocese, organizando as 73 Paróquias em 17 Unidades Pastorais e 7 Vigararias, como consta da lista descritiva e do mapa que acompanham este comunicado.
A Paróquia é a comunidade básica de referência da organização pastoral da Igreja Diocesana. É nela que nascemos como filhos e filhas de Deus pelo batismo e nos tornamos irmãos e irmãs na Igreja. É também nela que nos empenhamos ativamente na vida e missão da comunidade, tornando-nos corresponsáveis na sua organização e no serviço aos outros. As paróquias não desaparecem nem perdem importância. Pelo contrário, é fundamental (até pela diminuição do número de sacerdotes) que se criem em cada paróquia os ministérios e serviços que assegurem a vitalidade e a força missionária, em comunhão corresponsável com os sacerdotes e em articulação com as outras paróquias da Unidade Pastoral.
A Unidade Pastoral (UP) é um agrupamento de paróquias servidas e coordenadas por uma Equipa Presbiteral, formada por dois ou três sacerdotes, um dos quais é Moderador e coordena o trabalho em comum, em que todos são corresponsáveis pelo conjunto das paróquias. Também os leigos e religiosos de cada paróquia são convidados a envolver-se neste trabalho comum da sua UP, a partir dos ministérios e serviços que desempenham nas próprias comunidades: nos Conselhos Pastorais e Económicos, na Liturgia, na Catequese, na Pastoral Juvenil e Vocacional, na Pastoral Social em favor dos que mais precisam, etc. Assim, em comunhão com a Equipa Presbiteral, poderemos servir melhor a vida e a missão da Igreja.
A Vigararia, presidida pelo Vigário Forâneo, tem um papel intermédio muito importante, para assegurar que todas as paróquias e unidades pastorais sejam organismos ativos, na comunhão de toda a Igreja diocesana. Além disso, assumir-se-á, no âmbito do caminho sinodal em curso, como lugar de discernimento e lançamento de novos processos de anúncio, iniciação, formação e partilha cristãs, promovendo, como sempre tem feito, a colaboração e a elaboração de respostas pastorais adequadas às situações concretas das comunidades que a compõem. Neste novo contexto, é importante que na dinâmica vicarial participem ativamente, não apenas os sacerdotes, mas também os responsáveis laicais das UP.